Texto do dia. Por: Aninha Ferreira
- blogdogv
- 12 de dez. de 2015
- 2 min de leitura

Você passa anos com uma pessoa. Vive um bom relacionamento. O tempo faz com que você não consiga enxergar tão facilmente a sua vida sem ela, vocês formam um casal que todos não imaginam separados. Dois que parecem um. Não é só corpo e nem só sentimento, mas algo parecido com "costume". Vocês estão acostumados um com o outro, como a cama acostumou-se com o corpo de vocês. Até a vida parece ter se acostumado com o par. Completam-se, "que nem feijão com arroz".
Mas, de repente, bum! Você passa anos com uma pessoa e, de uma hora para outra, tudo muda, a vida muda. Não rolou traição, nem raiva e nem desgosto. Você simplesmente já não sabe mais o que sente, você se pega priorizando outras coisas e pessoas e tudo parece ficar "morno", "mais ou menos", sem muitas emoções, e daí cogita um tempo na relação. Diante de todas as lembranças, de todo o sexo e de todas as brigas, tem alguma coisa que se transformou, dentro ou fora. Daí você decide dar esse tempo. Cada um vai para o seu lado, mas você ainda se pergunta se fez a coisa certa, porque a saudade vem e porque tudo é muito confuso.
Estranho é, entretanto, você compreende que existem coisas que fogem do nosso entendimento, e que jamais teremos um conhecimento absoluto sobre tudo o que nos acontece. Que todo lado certo tem seu avesso. Que toda igualdade guarda uma desigualdade. Como a vida guarda a morte. Como do dia é que vem a noite. O que se complementa, se desdobra, se recria, se transforma. Às vezes, o encaixe se desencaixa.
Talvez uma crise, talvez uma certeza. E você decide deixar o tempo passar. Ele dirá. Você sente medo, mas tenta se aquietar. Acredita que o que tiver que ser, será.
Aninha Ferreira Foto: Google

Comentarios